Pesquisa mostra possível caminho para vacina contra a Aids

Uma pesquisa liderada pela Universidade de Duke, nos EUA, acompanhou um voluntário africano desde os primeiros dias de sua infecção pelo HIV para descobrir, como num jogo de xadrez, quais são “as jogadas” do sistema imunológico e do vírus nesta batalha. Depois de vários lances entre vírus e células humanas, os cientistas identificaram o anticorpo humano CH103. De acordo com a pesquisa, publicada ontem na “Nature”, a descoberta do caminho até a produção deste anticorpo pode ajudar na produção de futuras vacinas contra o HIV.
A diferença do CH103 e os demais anticorpos é que este obriga o HIV a fazer uma mutação que, no fim das contas, deixa o vírus sem capacidade de prosseguir com a infecção. O problema é que, em condições naturais, quando o corpo humano chega a esta etapa da guerra – entre dois e quatro anos depois do primeiro contato com o HIV – a infecção já criou reservatórios de vírus pelo organismo para se proteger do contato de anticorpos, ou seja, a guerra já está ganha pela Aids.

O estudo – que tem também pesquisadores de Stanford, Columbia e Universidade da Pensilvânia – mostra que apenas um em cada cinco infectados pelo vírus da Aids desenvolve o CH103. Conseguir manipular uma vacina que induza o corpo a criar o anticorpo é o caminho desejado pelos cientistas.