O que são aftas?

Ferida das mais incômodas da boca, a afta é extremamente comum. Ela ataca preferencialmente a mucosa interna do lábio, das bochechas e da língua. É preciso um pouco de paciência e realização de tratamentos paliativos sobre ela, para aliviar os sintomas e esperar ela passar.

O nome científico da Afta é Ulceração ou Estomatite Aftosa Recorrente. À grosso modo, podemos dizer que a mucosa da boca é formada por duas camadas superficiais: a epitelial que serve de proteção e a camada de tecido conjuntivo onde encontramos bastante irrigação sanguínea e terminações nervosas. Quando há uma erosão dessa camada epitelial protetora e exposição do tecido conjuntivo logo abaixo, chamamos de úlcera ou ulceração.

O problema é que a Afta pode ter várias causas, algumas ainda desconhecidas pela ciência. Quando isso acontece, dizemos que a condição é idiopática, isto é, sem etiologia definida. Mesmo assim, sabemos que ela tem relação forte com o sistema imunológico ou com doenças sistêmicas e algumas manifestações virais.

As Aftas podem aparecer por vários motivos:

Traumas de mastigação, de escovação ou queimaduras – Quem nunca mordeu a bochecha sem querer? Ou a língua? A mordida fere a mucosa, expondo o tecido conjuntivo citado acima. Essas feridas são aftas por trauma. Podem aparecer também quando comemos alimentos muito quentes ou ainda por queimaduras químicas.

Estresse emocional – A afta tem grande relação com o nosso emocional. Quadros depressivos, momentos difíceis de nossa vida podem gerar feridas como estas.

Doença de Crohn, Colite Ulcerativa, Diabetes, Pacientes em tratamento para o câncer ou portadores de HIV – São doenças sistêmicas que acabam produzindo aftas na boca. A boca seca da Doença de Crohn, por exemplo, facilita a erosão epitelial e exposição do tecido conjuntivo. Quem não controla o diabetes também apresenta esse sintoma de boca seca que chamamos de xerostomia. Os portadores de HIV têm sua imunidade comprometida e podem ter aftas recorrentes na boca, também.

Alterações hormonais – A mulher passa por inúmeras alterações todos os meses com a menstruação. Depois da menopausa, também pode ser comum o aparecimento maior das aftas.

Deficiências alimentares e falta de vitaminas – Mais um motivo para você ter uma alimentação equilibrada. A falta de ferro, ácido fólico e da vitamina B12 pode ser uma causa das feridinhas indesejáveis na boca.

Alimentos muito ácidos – Isso varia de paciente para paciente. Tem gente que não pode comer um abacaxi que logo depois apresenta várias aftas. Se esse for o seu caso, o jeito é evitar frutas muito ácidas.

Alterações gástricas – A boca faz parte do nosso sistema digestivo. Alterações mais lá embaixo podem ter manifestações aqui em cima, na boca.

Infecção viral prévia – Alguns autores de estudos relacionam algumas infecções virais com o aparecimento das aftas.

Baixa imunidade – Momentos de resfriado, gripe ou doenças que deixam o nosso sistema imune para baixo podem fazer com que as ulcerações apareçam.

Logo depois de aplicação de anestesia – Em alguns casos temos o aparecimento de aftas ao lado da picada da anestesia. Uma reação do organismo àquele pequeno ferimento.

E o tratamento?

Aí depende. Na grande maioria dos casos citados acima, a afta se resolve sozinha. Esperar de 4 a 15 dias faz parte. Existem dentistas que optam pela cauterização da úlcera em casos mais graves e incômodos. Outros optam pelo simples controle com pomadas tópicas. Porém, o mais importante de tudo é o correto diagnóstico da lesão por um dentista. Por isso, se as aftas estiverem crônicas, causando muito incômodo, vale à pena investigar junto com um dentista quais poderiam ser as causas dessas manifestações.