Estudos dos restos do Rei Richard III dão uma perspectiva sobre a saúde bucal na Idade Média

O estereótipo, muitas vezes visto em filmes de camponeses com dentes escurecidos e cavitados durante a Idade Média, talvez seja só um mito.

Graças aos restos do Rei Richard III da Inglaterra, que foram descobertas em 2012, pesquisadores continuam compreendendo melhor os hábitos de higiene bucal daquela era.

Um estudo no British Dental Journal em abril de 2013 descobriu que Richard III, o último rei a morrer em batalha, tinha péssima higiene bucal, sofrendo de cálculos dentais e cáries dentárias.

O estudo descobriu, diferentemente da era moderna, que pessoas de classes sociais mais altas tinham mais cárie dentária na Idade Média. Segundo o estudo, “Como as classes mais baixas tinham acesso limitado à dieta baseada em açúcares e dificuldade para cozinhar carboidratos, resultou na redução da cárie,”. “Pela mesma lógica, é provável que os indivíduos mais influentes conviveram mais com a cárie, como no caso dos restos em Grey Friars.”

Os restos esqueléticos de Richard III, Rei da Inglaterra de 1483 a 1485, foram encontrados em setembro de 2012 embaixo de um estacionamento—antes, o local da Igreja de Grey Friars onde ele foi enterrado em uma sepultura anônima.

Os pesquisadores descobriram que alguns dos dentes estavam faltando, muito provavelmente devido à cárie dentária. Nos outros dentes, os restos sugerem a formação de cálculo dental durante um período de tempo.

No entanto, alguns dentes mostraram menos evidência de formação do cálculo dental sugerindo que o Richard III tinha “algum grau de contato com a higiene dentária, mesmo que básico.”.

Os pesquisadores também descobriram que a evidência do espaçamento em dois dentes faltando, aponta à “extração anterior desses dentes por mãos habilidosas.”. De acordo com o estudo, cirurgiões bárbaros praticavam odontologia na época.

Também não é “impossível” que Richard III tenha praticado as 10 regras que Giovanni de Arcoli, professor de medicina e cirurgia na Itália entre 1412-1427, desenvolveu para ajudar na preservação dentária.

A lista inclui precaução ao comer doces, enxaguar e limpar os dentes após cada refeição usando “pequenos pedaços de madeira.” Giovanni de Arcoli foi o primeiro a arquivar o uso de folha de ouro como material restaurador, apesar de não estar familiarizado com a morfologia dentária, segundo pesquisadores.

“A provisão da odontologia no século 15 era surpreendentemente sofisticada com evidências de restaurações avançadas,” conclui o estudo.

Fonte: ADA

Escovar dente com dedo, chupar bala para o “bafo”, usar palito em vez de fio pode prejudicar dentes e gengiva

Escovar os dentes com o dedo

Foi dormir na casa de um colega e esqueceu a escova de dentes? Uma vez ou outra não há problema, mas saiba que o ato serve mais para livrar a consciência e melhorar o hálito momentaneamente do que higienizar a boca em si. O hábito de escovar os dentes com o dedo faz com que o índice de cárie, placa bacteriana e tártaro aumente. A escovação mecânica e o uso do fio dental são eficazes para remoção total dos alimentos, o que seria impossível quando utilizamos os dedos.

É a pior escovação que pode existir, já que não há atrito, o que não remove as bactérias, uma vez que esses microrganismos grudam na superfície dos dentes. Uma dica é limpar com um fio dental. Tire um pedaço e faça um bolinho para esfregar nos dentes.

Tirar carne presa no meio dos dentes com um pedaço de papel

Um pedaço de papel pode cortar o dedo, imagina a gengiva? Além disso, não remove os restos de alimento com eficácia. A placa continua retida. Você não limpa, só se machuca, o que pode inflamar a gengiva.

E para quem usa a unha para esse fim também está no caminho errado. O hábito de arrancar carne e qualquer outro alimento com os dedos não é higiênico, pois nossas mãos e unhas muitas vezes estão sujas.

Pegar escova de dente emprestada

Cada pessoa tem uma bactéria diferente na boca. Achar que beijar o namorado e usar a mesma escova é a mesma coisa, não é. A impregnação da bactéria na escova é muito maior. Os microrganismos se proliferam por umidade, e, quando leva a sua boca, adquire novas bactérias.

Nunca compartilhe sua escova de dentes, mesmo que seja com seu filho ou parente – cada pessoa deve ter a sua. Nossa boca abriga cerca de 500 espécies de bactérias em um único ml de saliva. Essas bactérias ficam depositadas em nossas escovas e podem sim passar de uma pessoa para outra.

Chupar bala para disfarçar o mau hálito

Chupar balas não resolve o problema do mau hálito, pelo contrário, agrava ainda mais, pois as bactérias que provocam o mau hálito se alimentam do açúcar que a pessoa deixou na forma de restos alimentares. Se você está com mau hálito é porque não fez ou não está fazendo a higienização oral adequada. Caso a escovação não seja suficiente para o combate do mau hálito, procure um dentista para investigar as causas da halitose.

Trocar a escovação pelo enxaguante

A real função do enxaguante bucal é refrescar o hálito e prevenir contra a placa bacteriana. O uso somente dele não faz a higienização da boca seja eficaz. O enxaguante bucal só é recomendado após a escovação. É recomendado os enxaguantes sem álcool em sua composição.

Abrir garrafa com os dentes

Em hipótese alguma devemos abrir a garrafa com os dentes, pois o contato com o metal e o movimento da alavanca, poderão lascar os dentes anteriores, afetar o alinhamento na arcada dentária e muitas vezes a fratura deles. Cortar etiquetas e abrir grampo com os dentes também é proibido para a saúde bucal.

Roer unhas

O hábito de roer unha faz mal para os dentes, pois pode causar trincas, lascas e alteração do sorriso, ocorrendo principalmente nos dentes da frente. Além de que também não é higiênico, pelo fato de nossas unhas acumularem bactérias.

Fonte: TERRA

Por que beijamos?

Analisando friamente, beijar é algo um tanto estranho: a troca prolongada de saliva com outra pessoa aumenta a possibilidade de transmitir até 80 milhões de bactérias com um único gesto.
Ainda assim, praticamente todo mundo se lembra de seu primeiro beijo, com todos os detalhes íntimos e deliciosos. E beijar continua sendo uma parte importantíssima do romance. Quem vive nos países do Ocidente pode pensar que o beijo na boca é um comportamento humano universal.

Mas um estudo recente, realizado por especialistas das Universidades de Nevada e Indiana, nos Estados Unidos, sugere que menos da metade das culturas do mundo adota o gesto. Beijar também é extremamente raro entre os bichos.

De onde vem o beijo, então? Se é algo útil, por que não é adotado por todos os humanos e outros animais?

Invenção recente

Bem, pode ser justamente o fato de outros não beijarem o que explicaria nossa preferência pelo gesto.
Segundo o estudo americano, que analisou 168 sociedades em todo o mundo, apenas 46% delas cultivam o hábito do beijo como uma demonstração romântica. Anteriormente, pensava-se que seriam 90%. A pesquisa excluiu o beijo entre pessoas da mesma família e se concentrou apenas no beijo na boca entre casais. Muitas sociedades que se baseiam na caça não demonstraram interesse em beijar, e algumas até consideram o ato repugnante. A tribo dos Meinacos, que vive no Xingu, teria se referido ao ato como “nojento”, de acordo com os pesquisadores americanos.
Como esses grupos são os que possuem um estilo de vida mais próximo do de nossos ancestrais, é possível imaginar que o beijo tenha sido uma invenção recente. Segundo o antropólogo William Jankowiak, um dos autores do estudo, o gesto parece ser um produto das sociedades ocidentais, passado de uma geração a outra.

Em 2013, Wlodarski entrevistou centenas de voluntários sobre suas preferências na hora do beijo. A importância do cheiro foi citada pela maioria deles, e aumentava ainda mais quando as mulheres estavam em seu período mais fértil.
Cientistas descobriram que os homens também produzem uma versão do feromônio que é tão atraente entre os animais. O hormônio está presente no suor masculino e, quando as mulheres o percebem, tendem a ficar ligeiramente mais excitadas.
Segundo Wlodarski, os feromônios são essenciais na escolha de parceiros entre os mamíferos, e nós, humanos, temos alguns deles.
Desse ponto de vista, o beijo seria apenas uma maneira culturalmente aceitável de se chegar perto o suficiente de alguém para detectar seus feromônios.
Em algumas culturas, esse comportamento evoluiu para o contato físico entre os lábios. “É difícil saber quando exatamente isso aconteceu, mas o objetivo do beijo é o mesmo do farejar entre os animais”, conclui o cientista.

Fonte: BBC