Doentes mentais eram “tratados” com extrações dentárias

Print do livro “The Defective ans Insane” escrito pelo Dr. Henry Cotton em 1921

Recentemente, o seriado “The Knick“, exibido pela TV a cabo HBO no Brasil, mostrou partes chocantes da história da medicina. O seriado se baseia em acontecimentos reais e se passa no início do século XX. Acreditem: extrair todos os dentes era procedimento padrão realizado em pacientes diagnosticados com doenças mentais.

O Dr. Henry Cotton ficou conhecido por realizar esse tipo de procedimento quando se tornou diretor médico do Hospital Estadual de Trenton, em Nova Jersey. Cotton foi aluno do renomado médico Dr. Adolf Meyer, professor na Escola de Medicina John Hopkins. Na época, doenças mentais não eram entendidas como hoje e a medicina era basicamente experimental.

Meyers viajou na seguinte ideia: se pacientes com febre alta começam a apresentar sintomas comportamentais como alucinações, é possível que infecções (conceito extremamente novo na medicina da época) sejam a causa dos mais variados problemas mentais. Isso quer dizer que se fosse internado nesta clínica em Nova Jersey com sintomas de alguma doença mental, todos seus dentes seriam arrancados. E não pararia por aí.

Cotton acreditava que os dentes eram focos de infecção que liberavam “toxinas” que podiam envenenar o cérebro levando às doenças mentais. Tudo isso sem a mínima comprovação científica que conhecemos hoje. Puro chute e observação. Se o paciente não melhorasse (como acontecia na maioria das vezes), Cotton prosseguia com remoção das amígdalas, adenóide, baço, cólon, estômago, esperando pela cura da doença. Bacteriologia cirúrgica ou Terapia da Infecção Focal era o nome dado aos procedimentos que removiam órgãos passíveis de causar doença mental por “poluição” do cérebro. Isso tudo antes da descoberta dos antibióticos. A taxa de mortalidade de seus pacientes era altíssima.

O médico era tão fiel às suas convicções que mandou extrair todos os dentes de sua esposa e dos seus dois filhos para evitar que eles tivessem doenças mentais. Parece que cerca de 11.000 dentes foram extraídos pela equipe do Dr. Cotton durante sua permanência como diretor do Hospital, de 1907 a 1930. O próprio médico mandou tirar alguns de seus dentes, quando achou que poderia estar tendo problemas psiquiátricos.

Exercícios podem ser prejudiciais à saúde bucal

Praticar exercícios é ótimo para a saúde, ajuda a manter um peso saudável e garante o bem estar da mente, pois atividades físicas são uma forma de prazer para o corpo. No entanto, de acordo com um estudo publicado no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, pessoas que praticam exercícios regularmente devem ficar atentas a sua saúde bucal.

Alunos de uma universade na Alemanha descobriram que atletas correm mais risco de desgaste dentário do que aqueles que têm uma vida mais sedentária.

Para comprovar a pesquisa, 35 atletas e 35 sedentários foram submetidos a exames orais, testes salivares e um questionário sobre seus hábitos alimentares e de higiene. No caso dos atletas, foram vistos a quantidade de treino por dia e que tipo de bebidas e alimentos eles tomavam para compensar a perda energética.

Durante o estudo, dois pontos se destacaram: conforme aumentavam as horas de treino semanal, aumentavam também as erosões dentárias; em uma corrida, quando os atletas aumentaram a intensidade, o fluxo salivar diminuiu e o pH da saliva aumentou, tornando-a levemente mais ácida.
“Se somarmos isto à mistura de açúcares e proteínas consumidas, seja em bebidas ou barras energéticas antes e depois da atividade, a boca torna-se o terreno ideal para as cáries”, explica a dentista Jessica Emery. “Nossas defesas contra bactérias nocivas são encontradas na saliva, portanto se o fluxo salivar diminui, fica mais difícil manter a boca saudável e limpa. Tanto a maneira como você respira durante o exercício quanto a desitratação contribuem para prejudicar a boca de um corredor”, alerta.

Mas é claro que tudo isso não significa que você deve parar de correr ou abandonar sua rotina de exercícios. Veja algumas recomendações para evitar que seu treino afete o bem estar da sua boca.

1. Manter-se hidratado
Essa é a melhor defesa de um atleta, pois seu corpo necessita de água para substituir a saliva perdida. É bom tomar água antes, durante e depois do treino. Se você corre em maratonas, considere aumentar a quantidade de sal na comida, isso ajuda o corpo a reter água.

2. Consumir bala ou chiclete de menta sem açúcar
Isto ajuda a reativar as glândulas salivares após um exercício. É importante lembrar que a bala ou chiclete devem ser sem açúcar, para evitar o acúmulo de bactérias.

3. Escovar os dentes e usar fio dental com frequência
Duas vezes por dia já é suficiente, mas se você sentir sua boca um pouco pastosa após o treino, acrescente uma escovação nesse período. Qualquer dor ou sensibilidade, consulte o seu dentista.

Fonte: Yahoo

Beijo transfere 80 milhões de bactérias

O corpo humano abriga em torno de 100 trilhões de bactérias, cerca de três vezes mais que o número de nossas próprias células. Elas compõem o chamado microbioma e se concentram principalmente no sistema digestivo, onde ajudam na digestão dos alimentos, na síntese de nutrientes e até na prevenção de doenças. Mas é na boca que está a maior diversidade destes micro-organismos, mais de 700 espécies diferentes, que são trocados entre parceiros a uma taxa de 80 milhões a cada beijo de dez segundos, mostra pesquisa publicada nesta segunda-feira no periódico científico de acesso aberto “Microbiome”.

No estudo, cientistas holandeses entrevistaram 21 casais (incluindo uma dupla homossexual masculina e uma feminina) para saber a frequência e como se beijavam e analisaram ainda o microbioma oral de cada um dos indivíduos, descobrindo também que os parceiros que se beijam ao menos nove vezes por dia compartilham populações similares de bactérias em suas línguas, mas não na saliva.

Comportamento único de humanos

— O beijo íntimo, envolvendo o contato completo das línguas e troca de saliva, parece ser um comportamento de corte único dos humanos e é comum em mais de 90% das culturas — destaca Remco Kort, pesquisador do departamento de Microbiologia e Sistemas Biológicos da Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada (TNO) e principal autor do estudo. — Mas é interessante também que as atuais explicações para a função dos beijos nos humanos incluam seu importante papel para a composição do microbioma presente na cavidade oral, embora, pelo que saibamos, os efeitos exatos dos beijos sobre este microbioma nunca tenham sido estudados. Assim, queríamos saber até que ponto os parceiros compartilham este microbioma oral, e parece que quanto mais um casal se beija, mais similares seus microbiomas orais são.

Para quantificar o número de bactérias transferidas por um beijo, os pesquisadores primeiro mediram e identificaram a flora bacteriana na saliva dos casais e depois deram a um dos integrantes de cada dupla uma bebida contendo variedades específicas de bactérias. Assim, após o casal se beijar, eles analisaram a composição da saliva do integrante que não tinha tomado a bebida, revelando um aumento de três vezes na presença destas bactérias, o que permitiu que estimassem em 80 milhões o total de bactérias transferidas durante um contato de dez segundos.

— A saliva é um meio muito dinâmico. Nela podemos observar os efeitos diretos do beijo, mas eles somem com o tempo. Já na língua as as bactérias encontram um nicho que colonizam por períodos mais longos de tempo — diz Kort.

Outra curiosidade do estudo, no entanto, foi revelada só pelas entrevistas: 74% dos homens relataram uma frequência maior de beijos do que as mulheres do mesmo casal. Em média, eles disseram beijar suas parceiras dez vezes por dia, enquanto elas contaram ser beijadas apenas a metade disso, ou cinco vezes por dia. Segundo os pesquisadores, a diferença provavelmente é resultado da tendência dos homens em superestimarem seus comportamentos sexuais, incluindo o número de parceiras e frequência de cópulas, já identificada em outros estudos baseados em entrevistas.

Fonte: O Globo