Como lidar com o engasgo de bebês e crianças

Uma das grandes aflições das mães, principalmente as que têm o primeiro filho, é o medo de que eles engasguem. Apesar de ser difícil, é importante manter a calma caso isso aconteça. Engasgos leves, com líquidos, não são tão graves assim, principalmente se a criança estiver rosada. “Eles, aliás, são mecanismos de proteção do bebê, que fecha a glote para que aquele alimento não passe para as vias respiratórias”, diz Alessandro Danesi, pediatra do Hospital Sírio Libanês (SP).

O fundamental, no entanto, é prevenir acidentes maiores. Nunca deixe moedas, brincos, pilhas de relógio ou quaisquer objetos pequenos ao alcance das crianças. Selecionamos abaixo algumas dicas de como evitar o engasgo e o que fazer se ele acontecer:

– Após amamentar, deixe o seu filho em pé, por 15 minutos. E não estranhe se não ouvir nenhum barulho. O ar sai por gravidade. Por outro lado, muitas vezes os pais deitam a criança assim que escutam ela arrotar, mas é preciso respeitar esse tempo total;

– Algumas crianças engasgam principalmente no início da amamentação, período em que elas não conseguem coordenar direito a respiração e deglutição. Se o seu filho estiver faminto, uma dica é: após 15 ou 20 segundos do início da mamada, tire a boca dele do seu peito, para que se recupere do cansaço inicial. Depois, você vai perceber que ele entra num ritmo mais pacífico;

– Respeite o tempo certo de introduzir novos alimentos na dieta do seu filho. Segundo o especialista, papinhas devem ser oferecidas somente a partir dos 6 meses, sempre com pedacinhos para que seu filho aprenda a mastigar. Mas a regra não vale para todas as crianças. Há aquelas que demoram mais tempo para se acostumar com os pedaços. Converse com o pediatra do seu filho e tire todas as dúvidas sobre a alimentação dele;

– Nunca entregue na mão da criança um alimento que possa se desprender em pedaços grandes na boca, como salsichas, cachos de uvas, pães, bolachas;

– Se com todos os cuidados ainda assim seu filho engasgou, atenção: “Se perceber que a criança está com dificuldade respiratória, mas respirando e rosada, não tente tirar o corpo estranho, porque ele pode ir para um ponto onde nem a passagem parcial de ar vai existir. Vá para o hospital”, afirma o pediatra;

– Já em casos extremos, se você não conseguir uma ajuda de emergência e a criança não estiver respirando e arroxeada, alguns procedimentos de emergência, indicados por especialistas, podem ajudar.

Fonte: CRESCER

Beijo transfere 80 milhões de bactérias

O corpo humano abriga em torno de 100 trilhões de bactérias, cerca de três vezes mais que o número de nossas próprias células. Elas compõem o chamado microbioma e se concentram principalmente no sistema digestivo, onde ajudam na digestão dos alimentos, na síntese de nutrientes e até na prevenção de doenças. Mas é na boca que está a maior diversidade destes micro-organismos, mais de 700 espécies diferentes, que são trocados entre parceiros a uma taxa de 80 milhões a cada beijo de dez segundos, mostra pesquisa publicada nesta segunda-feira no periódico científico de acesso aberto “Microbiome”.

No estudo, cientistas holandeses entrevistaram 21 casais (incluindo uma dupla homossexual masculina e uma feminina) para saber a frequência e como se beijavam e analisaram ainda o microbioma oral de cada um dos indivíduos, descobrindo também que os parceiros que se beijam ao menos nove vezes por dia compartilham populações similares de bactérias em suas línguas, mas não na saliva.

Comportamento único de humanos

— O beijo íntimo, envolvendo o contato completo das línguas e troca de saliva, parece ser um comportamento de corte único dos humanos e é comum em mais de 90% das culturas — destaca Remco Kort, pesquisador do departamento de Microbiologia e Sistemas Biológicos da Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada (TNO) e principal autor do estudo. — Mas é interessante também que as atuais explicações para a função dos beijos nos humanos incluam seu importante papel para a composição do microbioma presente na cavidade oral, embora, pelo que saibamos, os efeitos exatos dos beijos sobre este microbioma nunca tenham sido estudados. Assim, queríamos saber até que ponto os parceiros compartilham este microbioma oral, e parece que quanto mais um casal se beija, mais similares seus microbiomas orais são.

Para quantificar o número de bactérias transferidas por um beijo, os pesquisadores primeiro mediram e identificaram a flora bacteriana na saliva dos casais e depois deram a um dos integrantes de cada dupla uma bebida contendo variedades específicas de bactérias. Assim, após o casal se beijar, eles analisaram a composição da saliva do integrante que não tinha tomado a bebida, revelando um aumento de três vezes na presença destas bactérias, o que permitiu que estimassem em 80 milhões o total de bactérias transferidas durante um contato de dez segundos.

— A saliva é um meio muito dinâmico. Nela podemos observar os efeitos diretos do beijo, mas eles somem com o tempo. Já na língua as as bactérias encontram um nicho que colonizam por períodos mais longos de tempo — diz Kort.

Outra curiosidade do estudo, no entanto, foi revelada só pelas entrevistas: 74% dos homens relataram uma frequência maior de beijos do que as mulheres do mesmo casal. Em média, eles disseram beijar suas parceiras dez vezes por dia, enquanto elas contaram ser beijadas apenas a metade disso, ou cinco vezes por dia. Segundo os pesquisadores, a diferença provavelmente é resultado da tendência dos homens em superestimarem seus comportamentos sexuais, incluindo o número de parceiras e frequência de cópulas, já identificada em outros estudos baseados em entrevistas.

Fonte: O Globo