Há 60 anos foi descoberta a estrutura do DNA

Há 60 anos, um artigo de Francis Crick e James Watson revolucionou a ciência. Com um gráfico simplificado, o trabalho descrevia a estrutura em dupla hélice do ácido desoxirribonucleico (DNA, da sigla em inglês, ou ADN, da sigla em português). Essa descoberta possibilitou, mais tarde, o sequenciamento do genoma humano e poderá ajudar, no futuro, na cura de doenças como o câncer. Dentre todos os projetos e estudos possíveis devido à descoberta da estrutura do DNA, o Projeto Genoma Humano (HGP, na sigla em inglês) foi o mais impactante. Fundado em 1990 e concluído em 2003, permitiu o primeiro sequenciamento completo do genoma humano, composto por três bilhões de bases nitrogenadas. Esse projeto científico, de colaboração internacional, permite que os médicos descubram, por meio do sequenciamento do genoma, se uma pessoa tem determinada doença genética ou predisposição para alguma doença cujo fator genético é importante. Além disso, é possível verificar se existe algum risco elevado dessa pessoa vir a ter filhos com uma determinada doença hereditária. O sequenciamento do genoma nos últimos anos vem ajudando no diagnóstico molecular de pacientes com câncer e doenças genéticas graves, na triagem de embriões durante a fertilização in vitro e na identificação de defeitos genéticos do feto por amostragem do DNA fetal circulante no sangue da mãe.

Quem tem apneia é mais propenso a desenvolver câncer

Pessoas com apneia do sono, distúrbio que provoca ronco e perigosas pausas na respiração durante a noite, podem ser duas vezes mais propensas a morrer de câncer do que aqueles que dormem profundamente. Os resultados são da La Fe University, na Espanha, e foram revelados essa semana no congresso European Respiratory Society, em Viena.

Os autores estudaram mais de 5.600 pacientes de clínicas do sono, sendo que nenhum deles tinha qualquer tipo de câncer. Eles analisaram a quantidade de oxigenação do sangue dos participantes durante a noite e quantos apresentavam episódios de hipoxemia (quando a quantidade de oxigênio no sangue fica abaixo dos 90%). Após sete anos de pesquisa, os cientistas concluíram que quanto maior o grau de hipoxemia, maior era o risco de a pessoa receber um diagnóstico de câncer.

De acordo com os pesquisadores, aqueles que passaram mais de 14% do seu sono com provação de oxigênio tinham o dobro do risco de sofrer um câncer fatal do que aqueles sem apneia do sono. Os médicos aconselham os pacientes a receber tratamento, porque a manutenção dos níveis de oxigenio durante a noite pode reduzir o risco de desenvolvimento de câncer e outras doenças relacionadas.

Apneia não tem cura, mas pode ser controlada!

Roncar e ter falta de ar enquanto dorme não é normal. Esses sintomas podem indicar a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. A doença diminui a qualidade de vida da pessoa e aumenta a taxa de mortalidade, visto que pode favorecer o aparecimento de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e obesidade. Alguns fatores de risco para apneia são: ser do sexo masculino, estar acima do peso, entrar na menopausa e consumir álcool com muita frequência. Outras causas são obesidade, anormalidades endócrinas ou craniofaciais, como hipotireoidismo e hipoplasia maxilo-mandibular, e predisposição genética. A apneia do sono raramente tem cura, somente em casos de emagrecimento considerável ou de cirurgias de amígdala e adenoide em crianças. Mas a doença é controlável. Perder peso, evitar bebidas alcóolicas antes de ir para a cama, evitar dormir de barriga para cima e tratar doenças do nariz e da garganta são atitudes essenciais para o controle da apneia.

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